ANOS 60
No dia 1º de Março de 1960, Elvis deixa a Alemanha e volta para os Estados Unidos, concedendo uma conferência de imprensa no escritório do pai Vernon, em Graceland.
Surpreendeu o mundo ao aceitar o convite para participar do programa de Frank Sinatra, "The Frank Sinatra Show - The Timex Special", realizando uma de suas melhores performances televisivas. Selou, a partir de então, uma relação de cordialidade com seu anfitrião e com Sammy Davis, Jr. - com quem, inclusive, ensaiou os números de orquestra -, que perduraria ao longo de sua vida.
O programa bateu todos os recordes de audiência do ano, inserindo Elvis
em um nova faixa de público e apresentado pela "Rat Pack", naquele
momento, contava com grande prestígio, razão pela qual o astuto
empresário Tom Parker o garimpara.
No cinema, Elvis Presley contou com a sensível direção do veterano Don Siegel no filme Flaming Star,
um novo reconhecimento da crítica, virando um de seus mais bem
sucedidos filmes em qualidade, ainda que tenha, curiosamente,
desapontado seu público, à época, exigente de películas apenas
histriônicas.
No mesmo ano de 1960, Elvis novamente surpreende e lança
um álbum gospel, contrariando o seu empresário e os proprietários da
gravadora, que não viam com bons olhos um trabalho nesse gênero musical,
entretanto, seguindo seu instinto e de certa forma querendo homenagear
sua mãe, ele participa de toda a parte de produção e no final do ano o
álbum é lançado tornando-se um grande sucesso de público e crítica.
Já em 1961, Elvis realizou shows em Memphis e no Hawaii
com grande sucesso de crítica e público. O show havaiano, beneficente,
concordam seus seguidores mais iniciados e alguns críticos, tornou-se
emblemático de apresentações clássicas, no gênero, no show-business. No
mesmo ano, Elvis foi homenageado com o "Dia Elvis Presley", tanto na cidade de Memphis como no estado do Tennessee. Elvis provava que sua ida ao Exército e o fim da década de 50 não abalaria seu sucesso e que alguns de seus álbuns na década de 60 tornariam-se clássicos, sendo avaliados como alguns dos melhores de sua carreira.
No período de 1960 até 1965, os seus filmes
são um grande sucesso de público no mundo inteiro. Alguns críticos mais
generosos, ainda que implacáveis acerca da qualidade duvidosa das
películas, clamavam por melhores oportunidades e personagens para Elvis
Presley que, entretanto, envolvido em uma ciranda mercadológica, não se
dispunha a aprender o ofício e frequentar Escolas de Artes Cênicas
confiáveis, para aprimorar-se no ofício - a exemplo de Marlon Brando,
e muitos outros. Ainda assim, sua versatilidade esteve presente e
vários gêneros foram visitados, sendo elogiado por algumas de suas
performances, mesmo os roteiros não sendo avaliados como satisfatórios,
ou seja, ele fazia a sua parte com méritos, mesmo não possuindo material
de qualidade - entre os gêneros apresentados em seus filmes podem ser
destacados, "musical", "faroeste", "drama" e "comédia" - os maiores e
melhores destaques nesse período foram, Flaming Star (1960), Wild In The Country (1961), Follow That Dream (1962), Kid Galahad (1962), Fun in Acapulco (1963), Viva Las Vegas (1964), Roustabout (1964).
A partir de 65, seus filmes e trilhas-sonoras perderam qualidade
drasticamente, configurando período de grande alienação e tédio pessoal
para o artista. Durante as filmagens de "Viva Las Vegas", em 1963, os protagonistas, Elvis e Ann-Margret,
sueca de beleza estonteante, apaixonaram-se intensamente; o que legou
bons resultados ao produto final. E muita especulação na mídia. O filme
"Viva Las Vegas" é considerado um de seus melhores momentos no cinema, sendo muito elogiado até os dias atuais.
No dia 27 de agosto de 1965, Elvis e a banda inglesa The Beatles
encontraram-se no âmbito doméstico, sem evidências, até agora, de
qualquer produto áudio/visual relevante. A única imagem alusiva ao
encontro de Elvis e Beatles é uma foto em que John Lennon aparece saindo da casa de Elvis.
Em Dezembro de 1966, Elvis já com seus 32 anos, finalmente pede Priscilla em casamento.
No período de 66/67, Elvis realiza várias sessões caseiras, onde ele interpreta várias canções de vários estilos e épocas distintas, mostrando um talento intuitivo e natural, no entanto, essas gravações só cairam no conhecimento do público, em sua grande maioria, no final da década de 1990.
Apesar da fase de pouca qualidade em seus filmes e respectivas trilhas-sonoras, o ano de 1967 será lembrado pelo lançamento do disco que seria considerado um "divisor de águas" na carreira de Elvis, o gospel How Great Thou Art; decorrente de radical mudança em sua produção musical.
O álbum
surpreendeu o mundo, gradativamente, transformou-se em um grande sucesso
de crítica e público; sendo, posteriormente, agraciado com um honroso Grammy, o Oscar
da música. De alguma forma, o fonograma - de grande qualidade - e seus
resultados, aguçou e excitou musicistas, produtores, fãs e o grande
público. Bem produzido e com peças esmeradas, Elvis Presley dera
indícios de sua vitalidade e criatividade, ainda em franca ascensão e
plena maturidade musical.
Fundou-se, portanto, um tempo de bons arranjos e melhor seleção
musical. Ocorreram profundas mudanças em seus tons, na própria tessitura
vocal e, consequentemente, em seus registros. Gradativamente, a própria
extensão seria privilegiada, com comprometimento da afinação.
Em 1° de Maio de 1967, Elvis Presley finalmente casa-se com Priscilla Beaulieu, já residente em Graceland, Memphis, desde meados da década, o matrimônio foi realizado na cidade de Las Vegas.
Nesse período, entre 1967 e 1968, foram lançados alguns compactos muito elogiados; realmente, enormemente criativos e interessantes - goste-se ou não de Elvis Presley, reconhecerão seus ouvintes.
Tudo devido as sessões de gravação ocorridas ainda em 1966,
mais precisamente em maio e junho, onde o repertório foi sendo
aprimorado qualitativamente, gerando além do álbum "How Great Thou Art",
outras canções de bom nível como "Indescribably Blue", "I'll Remember
You" e "If Every Day Was Like Christmas". O mesmo pode ser percebido em
1967 em canções como "Suppose", "Guitar Man", "Big Boss Man", "Singing
Tree", "Mine", "You'll Never Walk Alone".
Em 1 de fevereiro de 1968 nasce a sua primeira e única filha: Lisa Marie Presley.
Em 28 de junho de 1968 começou a gravação de um especial, conhecido como "68" "Comback Especial", que seria lançado em dezembro de 1968, especialmente para o Natal, Presley gravaria por 3 dias seguidos, quatro shows, dois sentado com a antiga banda em 28 e em 29 gravaria mais dois shows, agora sem a sua banda, sozinho no palco.
Dia 30, último
dia de gravações, Presley cantou algumas canções atuando. Elvis Presley
apresentou-se nacionalmente para a televisão estadunidense, o Elvis NBC TV Special; em um mega-programa que, a posteriori, seria considerado o primeiro acústico da história.
Em performance considerada até os dias atuais como magistral, Presley foi aclamado pelo público e crítica especializada. Coronel Tom Parker,
lendário empresário do artista, vislumbrara um programa piegas,
tradicional e conservador, no entanto, devido a grande empatia
estabelecida entre Presley e o então jovem produtor Steve Binder,
realizou-se um espetáculo contundente e ousado; inclusive com cenas
interditadas pela "Censura Federal" daqueles idos.
Neste especial, que
foi ao ar poucos meses depois da morte de Martin Luther King, assassinado em abril na cidade de Memphis, e por isso mesmo no auge do racismo, Elvis apareceu ao lado do grupo vocal chamado "The Blossoms", grupo que era composto por três mulheres
negras (Fanita James, Jean King, Darlene Love) no horário nobre, fato
que causou uma grande polêmica. Um trabalho reconhecidamente antológico e
pioneiro.
Foram apresentados clássicos dos anos 50, algumas canções da década de 1960 e, ainda outras, inéditas. "Tiger Man" (lançada no disco Elvis Sings Flaming Star), "Baby, What You Want Me To Do", "Up Above My Head", "Nothingville", "If I Can Dream",
"Memories" e "Saved", estiveram no roteiro, de um programa dividido em
sets; entre "jam sessions" eletrizantes e performances clássicas em
cenários monumentais e arranjos grandiosos - elaborados pela competente orquestra da NBC. Elvis Presley atingira maturidade artística.
No ano de 1969, Elvis retornou aos palcos, após 8 anos de afastamento voluntário do contato direto com o público. O lugar escolhido foi Las Vegas,
onde passou a realizar várias temporadas anuais regularmente; aclamadas
pela crítica e público. Vegas, seria, em verdade, sua grande escola.
Elvis não fora "crooner", não passara anos a fio cantando na noite e
saíra do anonimato para o esplendor em muito pouco tempo. Nos anos 50,
suas apresentações explosivas eram, em verdade, espontâneas e
intuitivas; tão fascinantes como, de certa forma, ingênuas e amadoras.
Pois, a partir deste 1969, Elvis Presley amadureceria sua performance e
tornar-se-ia um cantor experiente e com domínio cênico, além de ser
avaliado como fantástico pela crítica da época, além de profissional e
exuberante. E excêntrico, com suas roupas ainda mais extravagantes e
estilizadas.
O ano de 1969 também seria marcado por sessões de gravação
muito produtivas e pela escolha de um repertório e equipe musical de
grande qualidade. A resposta foi imediata: "Suspicious Minds", "In the Ghetto" e "Don't Cry Daddy"
tornam-se "big hits" em todo o mundo. Por razões contratuais, concluiu
seus últimos filmes de ficcção, que pouco interesse despertaram,
tampouco a um Elvis reinventado em criatividade, vigor e emoção.
PLÁGIO É CRIME!
Elvis Presley Rei do Rock de Simone Fernandes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.
Baseado no trabalho em http://elvispresleyreidorock.blogspot.com/.