- NY - Imprensa de Nova York
- EP - Elvis Presley
- VP - Vernon Presley
- CEL - Col. Tom Parker
NY: Quando você chegou a Nova York?
EP: Cheguei altas horas de ontem à noite, muito tarde, e tive de ir deitar-me, porque agora vamos ter ensaio e depois desta entrevista temos de voltar para os ensaios, a menos que vocês tenham em mente algo melhor.
NY: Sua Esposa Priscilla veio com você?
EP: Não, ela não veio.
NY: Elvis, por que é que se tem a impressão de que você abandonou o pesado rock, que você costumava tocar?
EP: É muito difícil explicar. É que aquele tipo de música exige certo material, e hoje é difícil encontrar bom material. Para todo mundo, para todos nós. É muito difícil encontrar qualquer tipo de música de bom rock. Se encontrasse material bom, sem dúvida que tocaria de novo.
NY: Podemos fazer sua pergunta a seu pai?
EP: Claro!
NY: Quando foi que o senhor percebeu que o seu filho era mais do que o seu filho e uma pessoa famosa, muito famosa mesmo?
VP: Pois é, é difícil dizer. Tudo aconteceu tão rápido, que era muito difícil acompanhar as coisas. Simplesmente explodiu de um dia para outro. Acho que o primeiro show na televisão foi em 1956.
EP: Tentei dizer-lhe antes, mas ele não me daria ouvidos.
(risos) Brincadeira à parte, tudo aconteceu muito rápido para todos nós. Para minha mãe, meu pai e para todos nós.
Tudo aconteceu da noite para o dia e por isso tivemos de nos acomodar com muita rapidez a uma porção de coisas. Permito-me acrescentar: a uma porção de coisas boas.
NY: Por que você esperou quinze anos para tocar em Nova York?
EP: Tínhamos de aguardar nossa vez para conseguir o local.
NY: Quinze anos para conseguir o local?
EP: Quinze anos, e não conseguiram encontrar um bom local? (risos) Brincadeira à parte, tínhamos de esperar nossa vez para poder penetrar no Garden. Já se viu?!
NY: E agora, como é: gosta de Nova York?
EP: Oh, você sabe muito bem que eu gosto dela. Divirto-me nela. Simplesmente espero poder apresentar um bom espetáculo.
NY: Hoje, que grupo etário está entre seus espectadores?
EP: Pois bem, constatei que os espectadores que nos prestigiam são misturados, são pessoas mais idosas, pessoas mais jovens, e aqueles bem jovens. Como você vê, todo tipo de pessoas. E isso é muito bom.
NY: Elvis, há pouco você falou da falta de material para gravação. Tem havido uma série arquivada em Nashville, no Tennesse perto de Nashville, e também compositores que se insurgem contra as principais companhias de gravadoras, os quais afirmam que não lhe são dadas oportunidades. No seu modo de ver as coisas e pelo que conhece, acaso os compositores, compositores independentes, têm eles boas chances junta ás principais companhias gravadoras?
EP: Na verdade, não penso assim. Acho que existem muitas companhias. Todo o mundo se torna independente: tão logo se tenha um disco de sucesso então a gente forma a própria companhia. Existem tantas companhias, e as pessoas que escrevem estão começando a gravar suas próprias músicas. E daí a razão por que digo que é difícil conseguir bom material.
NY: De compositores independentes?
EP: É isso aí.
NY: Você mesmo tem alguma casa publicadora?
EP: Sim, estou numa firma publicadora, mas aceito músicas de toda a parte ou de qualquer pessoa, se são boas. Não precisam estar em minha companhia. Pode ser até uma pessoa completamente desconhecida. Qualquer um que escreve uma música boa, se puder fazê-lo chegar até mim, se for boa, aceito-a.
NY: Você sabe se as gravadoras têm favorecido os compositores que trabalham para as publicadoras subsidiárias que possam ter? Será que elas favorecem esses compositores?
EP: Quer crer que sim, para ser honesto.
NY: No que diz respeito à série que tem sido elencada?...
EP: Querida, não estou a par dessa série de que você está falando. Nada sei a esse respeito. Fui ao Havaí para bronzear minha pele... para Nova York (riso). Daí que estou realmente por fora disso.
NY: Você quer dizer que os compositores devem ser ouvidos?
EP: Acho que devem ser ouvidos, sim; se conseguirem apresentar bom material; se forem bons compositores, acho que devem ser ouvidos. Sim, em definitivo.
CEL: Venha cá com suas câmeras. Dê uma chance ao colega. Venha cá.
EP: Logo que o Col. acabar de falar, vou lhe dizer. (risos) O cinto é um prêmio que me foi dado no International.
CEL: Eu gostaria de fazer jus à minha reputação de ser um garotão e tanto. Vamos, que me diz, Elvis?
NY: Lindo garoto! (risos dos ouvintes)
EP: Tenho de voltar para junto do pessoal do ensaio. Muito obrigado.
Fonte: Elvis Presley - por ele mesmo.
Elvis Presley Rei do Rock de Simone Fernandes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.
Baseado no trabalho em http://elvispresleyreidorock.blogspot.com/.
Parabéns pela matéria. Elvis revisitado sempre nos proporciona muita emoção e saudades.
ResponderExcluirObrigada Edson!
ExcluirVolte sempre que quiser.
Abraços :)