"Este blog é administrado por Simone Fernandes e não tem nenhum vínculo com fã-clubes do cantor. É somente uma forma de homenagear este grande artista, compartilhando suas histórias, respeitando seu legado, família, amigos e os milhares de fãs que existem no mundo todo."



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23/11/2014

ELVIS EM NOVA YORK (ENTREVISTA E FOTOS) (PARTE I)


Em junho de 1972 Elvis realiza quatros shows memoráveis e históricos da sua carreira, com apresentações esgotadas no jardim da Madison Square Garden, em Nova York. Shows esses realizados entre 9 e 11 de junho com cerca de 80 mil pessoas, encantando o resistente público da cidade - e a imprensa. 

"(...) um herói, o único em sua classe." (resenha do New York Times).

Antes dos shows, houve uma coletiva de imprensa no Mercury Ballroon, do New York Hilton no dia 9 de junho. Local hoje considerado histórico. Pois foi o primeiro e principal aparecimento de Elvis na cidade para um público nova-iorquino, sendo também, a primeira e maior entrevista que Elvis concedeu à Nova York, desde 1958.

Segue abaixo a entrevista que Elvis concedeu à imprensa Nova-Iorquina em 1972.

  • MC - Mestre Cerimônias
  • NY - Imprensa de Nova York
  • CEL - Cel. Tom Parker
  • EP - Elvis Presley

MC: Tenho o prazer de apresentar-lhes o Sr. Vernon Presley, pai de Elvis Presley. (Vernon sai e senta-se, entre os gritos e aplausos dos presentes). Adianto-lhes que o Sr. Presley tem um amigo que vai aparecer. (Aparece Elvis sorridente, trajando um casaco preto tipo capote por cima do seu terno azul-celeste. Evidentemente, os presentes ficaram frenéticos de entusiasmo. Elvis permanece em pé por instantes, deixando que os câmeras batam suas fotos).
EP: Alô! Querem que eu sente? (Elvis ergue suas mãos e diz:) Antes de mais nada, juro que sou inocente de todas as acusações. (e senta-se). Muito bem.

NY: Nós gostamos muito de você, Elvis!
EP: Muito obrigado, queridos. Também gosto de vocês. Muito obrigado.

NY: Sr. Presley?
EP: Pois não.


NY: Por que você acha que sobreviveu a todos os artistas da década de '50' e, por isso mesmo, também a todos da década de '60'?
EP: É porque eu tomo vitamina E! (risos) Não, eu estava apenas brincando. Sinceramente, não sei. E simplesmente... estou desconcertado, senhores. Queridos, não sei a razão. O que posso dizer é que gosto do negócio, adoro o que estou fazendo.

NY: Estou lembrando do show de Ed Sullivan...
EP: Também eu. É por isso que estou sentado. (risadas da parte da imprensa)

NY: Elvis, o que aconteceu com seus cabelos escorregadiços e lustrosos?
EP: Pois é, simplesmente deixei de usar aquela horrorosa banha de cabrito, exatamente como todo o mundo deixou de usar.
NY: Costumavam criticá-lo tremendamente por causa de seus cabelos e seus requebrados, no entanto, agora você parece tão modesto, tão retraído...
EP: Meu amigo, eu era humildemente comparado com aquilo que eles agora fazem, você está caçoando?Eu... Eu só me limitava a fazer saracoteios e bamboleios; você sabe...

NY: Faça um requebrado para nós!
EP: (Elvis ri)

NY: Como é que você se sente diante de alguns atores que atualmente estão atuando em palco, comparados com a maneira como você costuma ser criticado?
EP: Simplesmente não sei dizer. Na verdade, quem sou eu para criticar quem quer que seja, no campo do entretenimento?Acho que há espaço para todo mundo; detesto criticar outro artista.

NY: As coisas melhoram para você?
EP: Puxa vida! E como?! (risos) É exatamente como vocês estão dizendo. Não sei dizer. Bem que eu gostaria de pensar assim.

NY: Elvis, você está satisfeito com a imagem que criou?
EP: (Elvis olha para trás de si e pergunta:) Quem? Eu? Eu? Vejam só!
Pois é (e faz uma pausa), a imagem é uma coisa, e o ser humano é outra coisa, não é?...
NY: Como é que se aproxima, como é que a imagem se aproxima do homem que você realmente é?
EP: Eu diria que é muito difícil manter uma imagem.

NY: De muita gente das corporações de imprensa tenho ouvido falar que você é um sujeito realmente acanhado, humilde e humano. Você concorda com isso?
EP: Oh, não sei o que os leva a pensar isso de mim. Este cinto de ouro... e... (levanta-se, rindo, para mostrar seu cinto de ouro do Hotel International).

NY: Sr. Presley, o que você pensa dos pacifistas, e você se recusaria, hoje a participar do seu movimento?
EP: Querida, se você me permite, eu gostaria de manter comigo meu ponto de vista a esse respeito, porque sou simplesmente um artista e eu preferiria não dizer nada.

NY: Você acha que também os outros artistas deveriam reservar seus pontos de vista?
EP: Não.
NY: Elvis, você está pensando em fazer algo diferente, como, por exemplo, concorrer a um cargo público?
EP: Não, senhor. Não tenho quaisquer outras aspirações na política ou qualquer outra coisa dessa natureza. Eu gostaria de fazer algo, como, por exemplo, um roteiro de cinema, se puder encontrar as condições adequadas. Na verdade, estamos cuidando disso, agora... Você está falando de algo que não seja cantar? Sim, eu gostaria de fazer isso.

NY: Elvis, qual o seu próximo projeto? Quais seus planos imediatos?
EP: Pois não! (risos) Simplesmente fiz um filme sobre minha última turnê. Foi o primeiro concerto ao vivo que filmamos; esse é o meu próximo projeto que vai sair.

NY: Elvis, o que foi que o levou de novo aos concertos ao vivos?
EP: Foi porque sentia falta deles. Sentia falta do calor humano, da vibração de um público agitado. Por isso, logo que me desfiz dos contratos de filmagens, tornei a fazer novamente apresentações ao vivo.
NY: Você vai fazer agora, mais aprentações?
EP: Acho que sim, pois há tantos lugares que ainda não visitei, como eu nunca toquei aqui em Nova York; estão vendo?

NY: Que me diz da Grâ-Bretanha?
EP: Sabem que ainda não estive na Grã-Bretanha?

NY: Alguns planos para ir até lá?
EP: Bem que eu gostaria. Gostaria muito mesmo de ir até a Europa.

NY: Você viu alguns concertos em Nova York?
EP: Perdão, o que foi que disse mesmo?
NY: (repete a pergunta)
EP: Depende, meu caro.

NY: Por que você filmou seu concerto em Boston e não em Nova York?
EP: Não sei, (ri) Está aí uma boa pergunta: Por que está aí aquele coronel?

CEL: Não ouvi o que disse. Qual foi a pergunta?
EP: Ela perguntou por que filmaram o concerto em Boston e não puderam filmá-lo aqui.
CEL: Não puderam filmá-lo aqui porque tinha sido proibido.
EP: Aí tem a explicação.
NY: Quando é que você vai escrever a autobiografia?
EP: Acho que ainda não está na hora. Pode ser que algum dia o faça, mas não justamente agora.

NY: Elvis, você me poderia dizer qual foi seu melhor disco de vendagem?
EP: Quem está falando? O câmera? (risos) Oh! Desculpe... Oh! Desculpe...

NY: Ole Sole O Mio (It's Now Or Never).
EP: Esse aí, foi o de maior vendagem e 'Don't Be Cruel', acho que o 'Hound Dog'. Sim, também o 'Heartbreak Hotel'; afinal, todos eles...

CONTINUA...

Adaptação de texto: Simone Fernandes
Fonte da entrevista: Elvis Presley - Por ele mesmo.


Licença Creative Commons
Elvis Presley Rei do Rock de Simone Fernandes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.
Baseado no trabalho em http://elvispresleyreidorock.blogspot.com/.

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*Simone Fernandes*