"Este blog é administrado por Simone Fernandes e não tem nenhum vínculo com fã-clubes do cantor. É somente uma forma de homenagear este grande artista, compartilhando suas histórias, respeitando seu legado, família, amigos e os milhares de fãs que existem no mundo todo."



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07/10/2013

ENTREVISTA COM ELVIS PRESLEY - PARTE I


ENTREVISTA EM LOS ANGELES -- POR DOLORES DIAMOND --- ANOS 50


"Calmo e recolhido, apesar das novecentas garotas que aguardavam por ele, com a maior gritaria, Elvis Presley encaminhou-se para os bastidores, encarapirou-se numa mesa, deixando as pernas pendentes e balançando. Com um gibão vermelho, camisa escura, calças e gravata amarela e sapatos pretos, cinto amarelo-claro cravejado de imitações de diamante, era uma figura bastante colorida. E também franca, como verão!"


Dolores: Elvis, como é que você realmente se sente diante de todas essas entrevistas?

Elvis: A imprensa fabrica artistas. Se a imprensa não escrevesse, ninguém saberia o que a gente está fazendo. Todo o mundo precisa da imprensa.

Dolores: Sendo você o afamado Rei do Rock N' Roll, o que acha dos comentários de Frank Sinatra, chamando os entusiastas do rock simplesmente um bando de 'cavaleiros cretinos' e a música como 'uma música marcial de todo delinquente com costelas, na face da terra.' ?


Elvis: Ele tem o direito de pensar o que quer, mas não posso permitir-lhe que vá desancando Deus e todo o mundo, sem razão plauzível. Eu não 'malharia' Frank Sinatra. Gosto muito dele. Se bem me lembro, também ele fazia parte de uma certa tendência que parecia exatamente com o rock n' roll. Acho que o rock n' roll é uma música fantástica, porque é a única coisa que sei fazer. Se eu fosse um cantor pop, juro que preferiria o pop.

Dolores: Que tipo de cantores pop você mais curte?

Elvis: Gosto de Pat Boone, dos Quatro Ases, dos Irmãos Ames, Dean Martin, Tommy Sands; e de Rick Nelson realmente gosto muito. (por acaso Rick estava entre os presentes, naquela noite de abertura, à esquerda, no meio de um dos números de Elvis). Gosto também da música clássica.


Dolores: Existe alguma coisa de que você não goste?

Elvis: Quem sou para 'malhar' quem quer que seja? Se alguém deu duro para conseguir algo, tudo bem. Não me meto nisso e não questiono. Nunca 'malho' ninguém que está tendo sucesso.



Dolores: Trata-se então de um critério que norteia sua vida? Quer dizer que tudo o que tem êxito automaticamente é bom?

Elvis: É isso mesmo. Eu acho.

Dolores: Alguns críticos acusaram você, abertamente de estar estimulando a deliquência juvenil. Que acha disso?

Elvis: Não consigo entender isso. Para mim, deliquência significa roubar, apunhalar, e assim por diante. Não fiz nada para que me acusem disso e jamais arvorei um estilo como esse para que os outros seguissem.

Dolores: Você pensa muito em seus fãs?

Elvis: Claro que sim. Sempre procuro levar uma vida pessoal digna para lhes dar um bom exemplo. Sempre penso a esse respeito.

Dolores: Elvis, é verdade que você não fuma e nem bebe?

Elvis: Sim, é verdade.

Dolores: Estar constantemente na 'crista da onda' deve dar uma tremenda canseira, especialmente com todos esses encontros. Quais são algumas das limitações?

Elvis: Bem. Não posso andar perambulando por aí como eu costumava fazer. Não posso ir a jogos de futebol ou outros lugares públicos.

Dolores: Num encontro, o que é que você faz?

Elvis: Em geral constumamos andar de cá para lá. Se vou a algum lugar, fico atordoado. Às vezes vamos a um drive-in para comer um hambúrguer ou vamos assistir a um filme de última hora.

Dolores: O que você faz em Memphis?

Elvis: A maioria dos meus amigos está em Memphis. Foi por isso que comprei um casa lá. Temos sido chutados para fora dos mesmos lugares, e então fica mais fácil a gente estar lá numa boa.

Dolores: Elvis, você convidou muitas garotas para visitá-lo em Memphis. O que acontece quando elas vão lá?

Elvis: (sorrindo maliciosamente) Oh! Nós passeamos de moto, de cavalo e vamos ao cinema, nada de grande importância.

Dolores: Você está planejando levar mais gatas para Memphis?

Elvis: Querida, é só você pendurar seu pedido na porta.


Dolores: Até agora, quantas foram?

Elvis: Cinco. (ele citou nominalmente Venécia Stevenson, Natalie Wood e diversas outras de que nunca ouvi falar).

Dolores: E que me diz de Ivone Lime?

Elvis: Poxa vida! Eu me esqueci de Ivone. Com ela são seis.

Dolores: Quem paga a viagem delas?

Elvis: Eu pago todas as despesas.

Dolores: Você tem ainda encontros com algumas dessas garotas?

Elvis: Ainda vejo de vez em quando Venécia. Tenho três cavalos e assim a levo a cavalgar.

Dolores: (entregando-lhe um comentário do Morden Teen em que elenca Anita Wood como sua amiguinha número um) Você gostaria de fazer algum comentário sobre este assunto?

Elvis: (lendo-o muito sério) Sim, eu gostaria. Nada disso é verdade. O que aconteceu foi o seguinte: Anita se encontrou comigo na estação. Um repórter se aproximou de nós, um fotógrafo me pediu que eu a beijasse, e foi o que fiz. O repórter perguntou: 'Número um?' Eu respondi: 'Claro que sim', e subi no trem. Eu estava a meio caminho da Califórnia, quando me 'toquei' no que ele queria dizer com aquele 'número um'. A essa altura os jornais já noticiaram que ela era minha amiguinha número um.

Dolores: Trata-se mesmo de uma amiguinha número um?

Elvis: Um par de vezes, quase me apaixonei. De fato antes que eu me engajasse no negócio de Shows quase fiquei noivo duas vezes. Mas não me importo muito que uma garota seja identificada com elas. Minha querida, eu prefiro encontrar-me com todas elas até que encontre a certinha.

Dolores: Voce acha que alguma dessas garotas se encontrou com você para conseguir publicidade ou para se promover?

Elvis: Sim, diversas vezes. (cavalheiramente negou-se citar nomes)

Dolores: Que foi que o impediu de se envolver, no último instante, com alguma dessas garotas?

Elvis: É gozado, mas, se a gente não se preocupa com a garota, ela acaba pintando. Aconteceu que descobri que não vinha me preocupando tanto quanto eu pensava. Agora, deixo as coisas correrem frouxo. De certo modo, foi sorte, pois não fiquei amarrado com ninguém.

Dolores: Posso escrever que você não tem interesses românticos.

Elvis: Não discrimino nenhum tipo. Goste de garotas!

Dolores: Voltando à sua carreira: sem dúvida você deve ter ouvido que alguns andaram escrevendo que Elvis Presley está declinando, que sua popularidade está se desvanecendo. Você concorda com isso?

Elvis: Pois bem, quanto às reportagens de que estou ultrapassado, para mim é uma novidade. Eu não tenho nenhum declínio. Seja como for, a gente não pode ficar na 'crista da onda' para sempre. Mesmo que amanhã eu parasse de cantar, não lamentaria de modo algum. Enquando estava cantando, eu tinha fama.

Dolores: Financeiramente você deve estar ' numa boa', mesmo que amanhã se aposente?

Elvis: Não sei exatamente quanto é que faturei. É acima de um milhão por ano.

Dolores: Bruto ou líquido?

Elvis: Acho que é bruto.

Dolores: Você deve ter também algum contrato de vinte anos, não é?

Elvis: Meu contrato de gravação com a RCA Victor estipula um modesto salário para um periódo de vinte anos. Tenho duas companhias musicais para publicação, mais as empresas Elvis Presley. A última vende de tudo, desde fotos de Elvis e 'botões' até camisas e outros objetos.

Dolores: Quantas vezes você apareceu pessoalmente em espetáculos?

Elvis: No ano passado, foram 87 vezes; neste ano apenas 20. (para duas apresentações em Los Angeles, com uma permanência total de mais ou menos uma hora, Elvis faturou bruto US$ 65.000)

Dolores: Quanto faturam seus filmes 'Loving You' e 'Love Me Tender'?

Elvis: Eu não saberia dizer. Hal Wallis não me falou.

Dolores: Elvis, ele não precisa lhe falar. Você pode conseguir as cifras em Variery ou nas revistas comerciais. Você as lê? O que é que você lê?

Elvis: Leio Superman e Capitão Marvel.

Dolores: E que me diz de revistas noticiárias ou de jornais?

Elvis: Não tenho tempo para lê-los.

Dolores: A que esporte você assiste?

Elvis: Particularmente, não gosto de basebol. Goste de futebol e boxe. Em outros tempos eu jogava futebol e me divirto em assistir às Ligas Peewee. Quanto à luta, assisto-as na televisão. Meus favoritos são Sugar Ray Robinson e Rocky Marciano. Conheço o Rocky muito bem. Ele ia me dar aulas de luta, mas não dei para a coisa.

Dolores: Você aceitaria um papel num filme, como lutador?

Elvis: Imagine só um lutador cantante. Realmente, eu gostaria de fazer um show bem dramático. Estou apostando numa carreira de ator.

Dolores: Alguns críticos têm dito que o Coronel Paker seu agente, e você têm uma relação de 'amizade colorida'. É verdade?

Elvis: Huh!!

Dolores: Elvis, você obedece ao Coronel Parker?  Ele dirige a sua vida privada?

Elvis: Arre!! Absolutamente! O Coronel Parker só me assessora em assuntos de negócios, e só! Sou jovem e preciso fazer o que quero. Aliás, dificilmente o vejo.


---> PARTE 2


Licença Creative Commons
Elvis Presley Rei do Rock de Simone Fernandes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.
Baseado no trabalho em http://elvispresleyreidorock.blogspot.com/.

6 comentários:

  1. Amei, como o nosso Elvis era sincero!!!!! Obrigada por compartilhar querida!!Beijocas.

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    Respostas
    1. É verdade Raquel, Elvis era muito sincero e espontâneo.
      Fico muito feliz com sua visita.
      Um beijo grande :)

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  2. Oi Simone, Entro aqui e me perco em devaneios adolescentes, sonhava tanto com esse amor que o Elvis transmitia, na música, nos filmes, no olhar...
    Ai, ai !!!
    Xonei...
    bjo

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    Respostas
    1. Verdade querida!
      Muito obrigada pela sua visita.
      Beijos :)

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  3. Oi Simone, eu sempre passo pelo seu blog acompanhando as postagens, rs você sabe. Aí eu comentei a parte final da entrevista, comentei, daí perguntei: E a primeira parte? Então, cá estou, rs.
    A imprensa da época já dava uma especulada em valores, quanto ganhou no último ano, quanto faturou o filme e força um pouco mais se ele não lia as revistas que traziam essas cifras, e o nosso Elvis o que responde? Ele lia Superman e Capitão Marvel, rs. Esse é o nosso meninão de Memphis!
    Outra, o Rei do Rock n Roll gostava mesmo de baladas, veja: Pat Boone, Dean Martin, até o Frank (Pescoço de Frango) Sinatra que o engoliu a seco na volta do exército. Ainda viu sua filha contracenando com Elvis. O mundo dá voltas né?
    Como sempre uma bela postagem, sou seu fã linda.
    Ah, eu passo aqui pra comentar e dias depois eu volto pra ver o que vc respondeu, tá?
    Beijos
    Outra coisa que eu reparei: Se ele aceitaria um papel como um lutador. Será que a partir daí que tiveram a ideia do Kid Galahad?

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    Respostas
    1. Baratta, você sabe que quando li essa parte da entrevista quando perguntam o que Elvis lia e ele responde Superman e Capitão Marvel, eu ri muito rsrsrs... Elvis era sincero, totalmente espontâneo e carismático até nas respostas dele. Um meninão, como vc disse.
      Quanto ao gosto musical dele, ele tinha bom gosto e o mundo deu voltas mesmo quanto ao Frank Sinatra que teve que engolir tudo o que havia dito e pensado sobre Elvis.

      Um beijão querido !!! :)

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Obrigada pela visita e comentário!

*Simone Fernandes*